Já sinto a brisa fresca de maio sussurrando nos meus ouvidos, sinto nos ombros o mover do vento e nos braços o arrepio que só maio traz... já sinto o cheiro do chá de jasmim, da erva cidreira borbulhando no fogão, do leite quente com canela perfumando a casa...
Já sinto um friozinho gostoso, ameno, que não dói, que não deprime.
Os dias ensolarados e frescos me convidando a prestar atenção no céu... sim, porque agora dá pra olhar pro céu e contemplar o seu azul...
Essa época traz consigo uma certa esperança... do tipo que anima, que sustenta.
Não dá pra voltar no tempo e corrigir o que passou, mas ainda dá tempo de fazer um ano melhor. Ainda dá tempo de olhar pro ano e sorrir!
Construir mais um andar no castelo, erguer mais uma torre, subir mais alguns degrauzinhos dessa imensa escada que é o ano...
Não olho pra trás. Não quero voltar. Mas guardo com zelo as cicatrizes do que se foi, porque com elas me lembro do que aprendi, me recordo dos erros e da carga que eles trazem consigo.
E assim, ergo a cabeça e sigo em frente. Ergo mais ainda e fixo o meu alvo. Alvo que não está na terra, no chão, no mundo, ou não deveria estar. Esse alvo grande, maior que qualquer um, alheio a qualquer entendimento, tão longe e tão perto, que ninguém pode tocar.
Sim, sinto a brisa de maio e não desanimo.
Pelo contrário, ela traz um impulso, uma energia, um incentivo, traz promessas e expectativas pelo que ainda está por vir.
E eu creio, que o melhor ainda está por vir!
Porque não creio em pessoas, ou na força do meu braço. Porque não creio em números ou estatísticas. Eu creio na promessa daquele que não mente, não engana, não trapaceia. Eu creio na promessa da vida eterna, que não é aqui...
E eu sei em quem tenho crido. Por isso creio e espero...
E enquanto espero, sinto a brisa de maio nos meus ombros...
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